Liceu Pasteur

Premio de participación: Premio Panamericano
Categoría de participación: Intervención en Arquitectura Patrimonial o de Interés Patrimonial
País de representación: Brasil
   Autores: 
Arq. Claudia Nucci Barone
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Arq. Valério Marcos Nogueira Pietraroia
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Arq. Gabriel Casadei Pietraroia
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Ing. José Vasconcelos de Alencar Junior
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Arq. Matheus Romanelli
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Arq. Thomas Vannucchi
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Arq. Henrique Fontana
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Arq. Leandro Leão Alves

Memoria

Liceu Franco-Brasileiro de São Paulo – Liceu Pasteur é uma instituição centenária, criada para aproximar a formação francesa à realidade brasileira. O conjunto arquitetônico, construído em 1923 pelo Escritório Técnico Ramos de Azevedo, foi tombado pelo órgão municipal de preservação do patrimônio. A edificação passou por uma série de modificações que comprometeram suas qualidades arquitetônicas, dificultando a percepção da excelência de sua arquitetura histórica. A metamorfose do cotidiano A construção do cotidiano passa obrigatoriamente pelos instrumentos de educação social, pois os lugares de aprendizagem representam o primeiro ambiente institucional vivido pelo indivíduo. A intervenção em uma edificação centenária oferece a oportunidade de destacar uma arquitetura exemplar em consonância com as transformações urbanas e sociais. Destaque deve ser dado ao projeto para que ele possa construir formas de relacionamento que vão além das divisões funcionais e que apoiem iniciativas de novas formas de ação e de interação entre indivíduos. É na generosidade e na qualidade dos espaços imaginados que os valores da arquitetura permanecem vitais e não somente no respeito do edifício histórico. O projeto assume a missão de tratar os ambientes especializados garantindo a permanência da arquitetura original, sem abrir mão de dispositivos de promoção das dinâmicas pedagógicas. O projeto de renovação se concentrou em duas ações fundamentais: Primeiramente, retirar as intervenções que comprometeram a integridade da obra, revelando suas qualidades. Em seguida, projetar uma nova configuração de espaços com soluções e equipamentos atuais e que tenham como proposta a constante mudança e que promovam as práticas de aprendizagem. Assim, o primeiro passo foi a recuperação e a consolidação dos elementos construtivos com o reuso dos materiais originais: A alvenaria de tijolo maciço que sustenta os três pavimentos da edificação. O assoalho em peroba instalado sobre estrutura de madeira, apoiada diretamente nas alvenarias. O forro em estuque, estruturado por grelha em madeira que permite a estabilidade de vãos livres de grande porte. Em seguida, projetamos a infraestrutura necessária que é distribuída pelo sótão, como pavimento técnico, reduzindo o impacto na construção histórica. Na biblioteca, a opção pela estrutura metálica proporcionou clareza na diferenciação entre elementos construtivos originais e os projetados. O resultado contrasta a extraordinária massa construída por Ramos de Azevedo em tijolos e madeira com a leveza e transparência da estrutura metálica. O espaço da biblioteca é caracterizado pela altura livre. Além disso, a necessidade de remoção do forro permitiu o aumento do volume interno, deixando visíveis os elementos construtivos originais da cobertura em madeira e os tirantes em aço. As salas de aula desfrutam das generosas dimensões das janelas e do pé direito livre. Foi criada uma composição de painéis acústicos para que o desenho do forro em estuque seja valorizado. E na sala dos professores, a recuperação de parte do mobiliário original fabricado pelo liceu de artes e ofício. O conceito fundamental de nosso projeto foi a convivência harmônica entre as qualidades extraordinárias da edificação com as tecnologias e os métodos de aprendizagem, buscando investir na permanência do projeto dentro de um cenário em constante mudança.

Ubicación