Passarela e praça Aeroporto de Congonhas
Premio de participación: Premio Panamericano
Categoría de participación: Espacio Público y/o Colectivo
País de representación: Brasil
Autores:
Arq. Helena Dias de Oliveira Camargo
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Arq. Marco Artigas Forti
Memoria
A passarela de Congonhas nasceu na década de 1970, de reivindicações da sociedade civil à Prefeitura de São Paulo, diante da supremacia automobilística em grandes avenidas. O Arq. João Baptista Vilanova Artigas foi contratado para criação de quatro passarelas de civis, sendo uma delas responsável por criar um percurso aéreo no eixo Norte/Sul da Av. Washington Luiz, e funcionando como uma bússola ao indicar o sentido Centro e Bairro aos que chegam na cidade de São Paulo pelo Aeroporto de Congonhas. Revolucionária em sua época, devido a sua inovação na logística de montagem, a Passarela de Congonhas levava em conta o conceito de progresso incorporado pela arquitetura brasileira.
Passaram-se décadas até a sociedade civil se organizar novamente com o objetivo de fazer melhorias na passarela, nascendo o atual projeto. O novo desenho teve como ponto de partida a leitura das necessidades de uma sociedade contemporânea e as suas relações com a obra de um grande arquiteto brasileiro.
Somando-se ao caráter de mirante da própria passarela, um espaço de permanência foi oficializado, retomando a ideia de “prainha” do aeroporto, onde a população assistia aos grandes eventos pousos e decolagens.
Se antes o automóvel era a prioridade, esse novo projeto traz uma perspectiva de inversão dos valores. O pedestre participa da vida da cidade em um nível privilegiado, na altura da copa das árvores, sem pressa, em um passeio coberto.
E à noite, quando as luzes se acendem a cobertura e a estrutura somem, o forro e o guarda corpo amarelos aparecem e iluminam o trajeto de quem caminha. Toda a atenção é dada para o pedestre. É como quem diz: agora vocês são os protagonistas.
Enquanto elemento arquitetônico na história das sociedades, pontes são construções capazes de sinalizar características de ocupações, apontar direções, intenções. Sinais da experiência humana no mundo, as pontes revelam a presença de assentamentos humanos atuais ou passados, a largueza da história, pois preservam a largueza do tempo. São capazes de denunciar aspectos profundamente relacionados ao modo do homem ser no mundo. Cada ponte é única, singular, mesmo suas tecnologias, podem ser entendidas como maneiras de obtenção e utilização de conhecimentos, mais do que um processo técnico.
As passarelas de pedestres, enquanto concepções modernas e urbanizadas do conceito de ponte, são em essência um manifesto urbanístico, uma vez que simbolizam, no entendimento do arquiteto urbanista, o cuidado com a escala humana no desenho das cidades.
A Passarela do Aeroporto de Congonhas atua como ponte em todos os sentidos da palavra. Mais do que uma travessia, o equipamento promove o encontro de mundos contíguos, conecta espaços, tempos e indivíduos.